Consideramos inofensivo quando as crianças se apelidam de "gorducho", "magricelo", "orelhudo", entre outros. Porém devemos ter total atenção nesses fatos e prevenir, na primeira percepção, o que chamamos de bullying. O termo é inglês que significa valentão, brigão. Já no Brasil é considerado um ato de agressão e violência. Geralmente o bullying ocorre nas escolas e nas ruas ou áreas de lazer e entretenimento.
Temos que saber diferenciar uma brincadeira "inocente" sem consequências agressivas do bullying e essa diferença está na frequência em que o caso ocorre. Quando a "brincadeira" ocorre em alguns momentos e que tenha a aceitação de quem está envolvido na "brincadeira", não podemos constatar como bullying. Agora se as "brincadeiras" estão acontecendo sempre e agravando cada vez mais a maneira de agir, envolvendo agressões, provocações sérias e sem aceitação da vítima, temos que estar atentos e abrirmos espaços com as crianças e alunos sobre as atitudes.
Quando agimos de forma agressiva com alguém, provavelmente a pessoa não sente-se bem ao ser tratado de tal maneira e isso faz com que ela seja prejudicada psicologicamente. No caso familiar, se a criança chega em casa quieta, sem interesse de ir à escola, desmotivada e desanimada, daí podemos desconfiar que ela seja uma das vítimas. Na escola ela pode sofrer a exclusão nos grupos sendo menosprezada e provocada fazendo com que perca a atenção nos estudos e o interesse nas atividades escolares. Não devemos ter somente nosso foco em que sofre o bullying, mas também em quem causa e quem presencia os atos. Aquele que faz, sempre quer ter uma vantagem "egocêntrica" naquele que menospreza, deixando o próximo mais atingido, indefeso e sua "moral" sempre será elevado com essa atitude. Já quem presencia o tal ato agressivo pode ter sentimentos de agonia e de incapacidade de poder ajudar aquele que é vítima.
Não podemos deixar que essas situações aconteçam tanto em casa quanto no espaço de aprendizado.
Se há uma suspeita da criança, ou até mesmo de uma pessoa qualquer, estar sofrendo bullying, procure saber o que está acontecendo, tendo uma diálogo franco e procurar junto solucionar o problema sempre apoiando a pessoa. Caso ocorra na escola, procure conversar com os professores e o corpo pedagógico (direção, coordenação, orientação educacional) sobre o ocorrido, o que eles sabem sobre a atitude e juntos poderem fazer algo para combater.
O papel do educador diante dessa situação sempre é fundamental e muito eficiente. Ele tem o dever de dialogar sobre o bullying com os alunos, explicando do que se trata e como acontece e procurar conversar de maneira dinâmica e informativa que devemos respeitar todos por igual, apesar de sermos diferentes. Sempre devemos incentivar o trabalho em grupo com a colaboração simultânea de todos os participantes e se possível procurar separar os grupos aleatoriamente, impedindo de criar as "panelinhas".
Caso você queira trabalhar um material que fale sobre o bullying na escola, o site do canal CARTOON NETWORK disponibiliza apostilas didáticas sobre o assunto com atividades dinâmicas.
Cartoon Network - Chega de bullying!
terça-feira, 9 de julho de 2013
segunda-feira, 8 de julho de 2013
Papo sério: Homossexualidade e orientação sexual
Queridos leitores,
Após 4 meses ausentes do blog, volto a postar. Uma das últimas postagens foi com a série "Saúde do professor", onde tratamos de assuntos relacionados aos profissionais da área educacional como a síndrome de Burnout e os cuidados com a voz. Agora volto com a série "Papo Sério", onde iremos discutir alguns assuntos que devem ou deveriam ser trabalhados em sala de aula.
Hoje abrimos o assunto como a homoafetividade ou homossexualidade e orientação sexual.
Todos nós sabemos que é um assunto que gera inacabáveis polêmicas e discussões, mas que ainda não sabemos como lidar com esse assunto até mesmo em sala de aula. Será que talvez podemos considerar o assunto da homossexualidade como perguntas "saias justas" que são feitas por crianças?
Quando elas nos perguntam como elas nasceram, muitas vezes nos enrolamos e chegamos até tropeçar nas palavras. O assunto da reprodução humana, algo muito natural a ser discutido em sala de aula é considerado um assunto normal para ser falado, mas mesmo assim torna-se difícil de transmitir a informação quando trata-se de criança. Primeiramente lembro a vocês que a criança é um ser humano em fase de desenvolvimento e com isso faz com que a curiosidade seja sua formação e relação com o mundo que está passando a conhecer melhor. Entretanto, o mundo que ela está conhecendo está passando por diversas mudanças e nada pode fazer com que impeçamos a ela de conviver com essas mudanças. Uma dessas mudanças podemos dizer que é a homossexualidade.
O amor ou a relação entre o mesmo sexo não é algo novo ou que surgiu nesse instante; somente ganhou forças recentemente, levando a sociedade a uma nova visão e reflexão. Quando conversamos o assunto com amigos, pessoas diversas o assunto é tranquilo de ser levado e as opiniões ouvidas. Mas quando vamos tratar disso com filhos e alunos, como devemos conduzir? Qual a melhor maneira de informa-los? Também pode ser um pouco complicado da mesma forma que é falar sobre como eles nasceram.
Anteriormente, falei que que a criança é um ser em desenvolvimento. E quando falo em desenvolvimento, podemos considerar também sua orientação sexual está em desenvolvimento. Há um assunto estudado na Sociologia da Educação que é "a construção do gênero na sociedade", que é quando a criança passa construir uma afeição, uma interação com aquilo que mais agrada. Um simples exemplo é quando a sociedade determina que futebol é para meninas e amarelinha para meninas. Mas se ocorrer o oposto, tenho que repreender, dizer que é errado? A construção do gênero é algo que pode interferir ou não na orientação sexual. Essa questão é relativa. Não podemos desde a infância definir a orientação da criança.
E como a escola deve conduzir a questão da homossexualidade e da orientação sexual? Isso é assunto de intermináveis debates. Há algum tempo atrás, o governo de São Paulo estava produzindo materiais que eram denominados de "kit gay", onde havia cartilhas educadoras explicando sobre a relação homossexual, entre outros assuntos relacionados à sexualidade, porém foi vetado por políticos seguidos de críticas e também algumas discriminações. Em paralelo ao veto que ocorreu no Brasil, vemos uma outra realidade na Alemanha. Existe um livro ilustrado em que conta a história de um menino de pais separados em que o pai tem um parceiro e essa criança convive com eles. De uma maneira sútil, a mãe explica que "a homossexualidade é apenas um outro tipo de amor". Vemos que em nenhum momento a mãe sente-se frustrada por ser "trocada" por outro homem e nem pelo filho conviver com o casal, mas demonstra uma outra maneira de amor.
Podemos perceber que devemos sempre procurar maneiras de falar sobre o assunto, nunca repreendendo atos ou práticas que, inicialmente, julgamos errados a uma criança. Há muitas maneiras de definir a homossexualidade, uma delas poder ser um amor diferente.
Para ver o livro infantil alemão, clique aqui.
Após 4 meses ausentes do blog, volto a postar. Uma das últimas postagens foi com a série "Saúde do professor", onde tratamos de assuntos relacionados aos profissionais da área educacional como a síndrome de Burnout e os cuidados com a voz. Agora volto com a série "Papo Sério", onde iremos discutir alguns assuntos que devem ou deveriam ser trabalhados em sala de aula.
Hoje abrimos o assunto como a homoafetividade ou homossexualidade e orientação sexual.
Todos nós sabemos que é um assunto que gera inacabáveis polêmicas e discussões, mas que ainda não sabemos como lidar com esse assunto até mesmo em sala de aula. Será que talvez podemos considerar o assunto da homossexualidade como perguntas "saias justas" que são feitas por crianças?
Quando elas nos perguntam como elas nasceram, muitas vezes nos enrolamos e chegamos até tropeçar nas palavras. O assunto da reprodução humana, algo muito natural a ser discutido em sala de aula é considerado um assunto normal para ser falado, mas mesmo assim torna-se difícil de transmitir a informação quando trata-se de criança. Primeiramente lembro a vocês que a criança é um ser humano em fase de desenvolvimento e com isso faz com que a curiosidade seja sua formação e relação com o mundo que está passando a conhecer melhor. Entretanto, o mundo que ela está conhecendo está passando por diversas mudanças e nada pode fazer com que impeçamos a ela de conviver com essas mudanças. Uma dessas mudanças podemos dizer que é a homossexualidade.
O amor ou a relação entre o mesmo sexo não é algo novo ou que surgiu nesse instante; somente ganhou forças recentemente, levando a sociedade a uma nova visão e reflexão. Quando conversamos o assunto com amigos, pessoas diversas o assunto é tranquilo de ser levado e as opiniões ouvidas. Mas quando vamos tratar disso com filhos e alunos, como devemos conduzir? Qual a melhor maneira de informa-los? Também pode ser um pouco complicado da mesma forma que é falar sobre como eles nasceram.
Anteriormente, falei que que a criança é um ser em desenvolvimento. E quando falo em desenvolvimento, podemos considerar também sua orientação sexual está em desenvolvimento. Há um assunto estudado na Sociologia da Educação que é "a construção do gênero na sociedade", que é quando a criança passa construir uma afeição, uma interação com aquilo que mais agrada. Um simples exemplo é quando a sociedade determina que futebol é para meninas e amarelinha para meninas. Mas se ocorrer o oposto, tenho que repreender, dizer que é errado? A construção do gênero é algo que pode interferir ou não na orientação sexual. Essa questão é relativa. Não podemos desde a infância definir a orientação da criança.
E como a escola deve conduzir a questão da homossexualidade e da orientação sexual? Isso é assunto de intermináveis debates. Há algum tempo atrás, o governo de São Paulo estava produzindo materiais que eram denominados de "kit gay", onde havia cartilhas educadoras explicando sobre a relação homossexual, entre outros assuntos relacionados à sexualidade, porém foi vetado por políticos seguidos de críticas e também algumas discriminações. Em paralelo ao veto que ocorreu no Brasil, vemos uma outra realidade na Alemanha. Existe um livro ilustrado em que conta a história de um menino de pais separados em que o pai tem um parceiro e essa criança convive com eles. De uma maneira sútil, a mãe explica que "a homossexualidade é apenas um outro tipo de amor". Vemos que em nenhum momento a mãe sente-se frustrada por ser "trocada" por outro homem e nem pelo filho conviver com o casal, mas demonstra uma outra maneira de amor.
Podemos perceber que devemos sempre procurar maneiras de falar sobre o assunto, nunca repreendendo atos ou práticas que, inicialmente, julgamos errados a uma criança. Há muitas maneiras de definir a homossexualidade, uma delas poder ser um amor diferente.
Para ver o livro infantil alemão, clique aqui.
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