quarta-feira, 16 de outubro de 2013

PERSONALIDADES DA EDUCAÇÃO II: Célestin Freinet


No nosso mundo atual, vivemos e convivemos com um ensino totalmente diferente que procura aproximar a relação aluno – professor, despertar curiosidade nos assuntos estudados e oferecer possibilidades de aprender de diversas maneiras. Célestin Freinet colaborou com o ideal de uma escola moderna, inovadora e com amplas práticas pedagógicas, tais como a aula-passeio, muito utilizada nas instituições de ensino, e o jornal de classe ou jornal-mural.

O educador francês nasceu em 1896 na cidade de Gars. Foi pastor de rebanho na região em que morava, depois estudou para o magistério e em 1914 participou da I Guerra Mundial. Em 1920 começa a dar aulas na aldeia de Bar-sur-Loup, onde praticou seus experimentos pedagógicos como a aula-passeio e o livro da vida. Em 1927 fundou a Cooperativa do Ensino Leigo para desenvolvimento de intercâmbio de novos instrumentos pedagógicos. No ano seguinte, casado com sua esposa e parceira de trabalhos Élise Freinet, muda-se para Saint-Paul de Vence, onde intensifica suas atividades educativas. 5 anos depois foi exonerado do cargo de professor e em 1935 o casal constroem uma escola em Vence.  Na II Guerra Mundial Freinet foi preso e ficou doente no campo de concentração. Depois dessa tormenta, retoma para a Escola e a Cooperativa. Em 1956 liderou a campanha 25 alunos por Classe e em 1966 falece.

Célestin Freinet é identificado como um dos educadores da corrente da Escola Nova, que foi a tendência pedagógica implantada por aqueles que iam contra as práticas tradicionais do ensino. Ou seja, a Escola Nova queria aproximar o aluno do professor, criando um momento de conhecimento coletivo, onde juntos formam opiniões e pensamentos.

A teoria de Freinet não é aquela que precisa ser aprofundada em análise, mas apenas ser compreendida e facilmente posta em prática. Para isso temos a Base de Apoio da Pedagogia Freinet. As bases são as seguintes:

 

1-      O princípio da cooperação: Permite desenvolver a cooperação do aluno e do professor, em conjunto, no ambiente escolar. Com o trabalho cooperativo em sala de aula modifica o relacionamento, gerando responsabilidades e competências.

2-      A comunicação e a expressão livre: Favorece uma aprendizagem viva e real desde que a criança tenha a liberdade de pensamento, seja oralmente, através de um desenho ou da escrita. Este conta também com a educação do trabalho, que conta com recursos que constroem sua aprendizagem de forma livre, mas que não podem fugir da responsabilidade.

 
Além dessas bases, há o tateamento experimental, que é um processo que se inscreve no "devir" global de cada criança como parte integrante da formação de sua personalidade. Não é uma técnica pedagógica tendo por objetivo a assimilação do saber, nem um simples caminhar em busca da aquisição do saber. É um ato inteligente desempenhado por um ser que busca a construção do seu conhecimento. A superioridade do "tateamento experimental" está no fato de que o homem e a criança não copiam um tateamento e sim o constroem, gerando assim a experiência. Segundo Freinet, o tateamento experimental contribui para a edificação da inteligência.- O tateamento experimental - aprendizagem graças à pesquisa nas situações verdadeiras e problemáticas.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

PERSONALIDADES DA EDUCAÇÃO: Paulo Freire


Quando falamos de educação, é impossível não citar um dos grandes pensadores e teórico da educação brasileira: Paulo Freire. Um homem que, de forma política, social e construtivista, teve uma visão ampla de educação, expandindo o ensino para as classes desfavorecidas, como assim ele denominava. Foi pioneiro do método que leva seu nome que é aplicado no ensino em geral, mas tendo ênfase em jovens e adultos que não tiveram acesso à educação quando crianças.

O educador nasceu na cidade de Recife, Pernambuco, em 1921. Formou-se em direito, mas não seguiu carreira na área, passando a trabalhar no magistério. Seus principais trabalhos na educação foram no programa que alfabetizou 300 pessoas em apenas 1 mês, no Plano de Alfabetização do Governo João Goulart, na secretaria de Educação de São Paulo, na organização de planos de Alfabetização de países africanos, além de lecionar na Suíça e nos Estados Unidos.

Durante o regime militar no Brasil, ficou exilado no Chile, onde escreveu uma de suas principais obras, a Pedagogia do Oprimido, onde o educador critica a concepção de escola “bancária”, onde o aluno é visto como um depósito de conhecimento e o professor como o maior portador dela, sendo que na obra Paulo Freire declara que ambos trocam conhecimentos, e o aluno traz sua realidade pra dentro de sala de aula onde será o ponto de partida das aulas do professor. Em seu método ele trabalha a alfabetização através da visão de mundo do aluno, incluindo todo o universo dele e usando as palavras-chaves para um aprendizado coerente, conhecida também como as palavras geradoras. Sobre esse método ele aborda no seu livro A importância do Ato de Ler. Falece em 1997 no Brasil.

Frases de Paulo Freire:

“A leitura do mundo precede a leitura da palavra”.

“Mudar é difícil, mas é possível”.

“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda”.

"Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo".

terça-feira, 9 de julho de 2013

Papo sério II: Bullying - Muito além de uma simples brincadeira

Consideramos inofensivo quando as crianças se apelidam de "gorducho", "magricelo", "orelhudo", entre outros. Porém devemos ter total atenção nesses fatos e prevenir, na primeira percepção, o que chamamos de bullying. O termo é inglês que significa valentão, brigão. Já no Brasil é considerado um ato de agressão e violência. Geralmente o bullying ocorre nas escolas e  nas ruas ou áreas de lazer e entretenimento.
Temos que saber diferenciar uma brincadeira "inocente" sem consequências agressivas do bullying e essa diferença está na frequência em que o caso ocorre. Quando a "brincadeira" ocorre em alguns momentos e que tenha a aceitação de quem está envolvido na "brincadeira", não podemos constatar como bullying. Agora se as "brincadeiras" estão acontecendo sempre e agravando cada vez mais a maneira de agir, envolvendo agressões, provocações sérias e sem aceitação da vítima, temos que estar atentos e abrirmos espaços com as crianças e alunos sobre as atitudes.
Quando agimos de forma agressiva com alguém, provavelmente a pessoa não sente-se bem ao ser tratado de tal maneira e isso faz com que ela seja prejudicada psicologicamente. No caso familiar, se a criança chega em casa quieta, sem interesse de ir à escola, desmotivada e desanimada, daí podemos desconfiar que ela seja uma das vítimas. Na escola ela pode sofrer a exclusão nos grupos sendo menosprezada e provocada fazendo com que perca a atenção nos estudos e o interesse nas atividades escolares. Não devemos ter somente nosso foco em que sofre o bullying, mas também em quem causa e quem presencia os atos. Aquele que faz, sempre quer ter uma vantagem "egocêntrica" naquele que menospreza, deixando o próximo mais atingido, indefeso e sua "moral" sempre será elevado com essa atitude. Já quem presencia o tal ato agressivo pode ter sentimentos de agonia e de incapacidade de poder ajudar aquele que é vítima.
Não podemos deixar que essas situações aconteçam tanto em casa quanto no espaço de aprendizado.
Se há uma suspeita da criança, ou até mesmo de uma pessoa qualquer, estar sofrendo bullying, procure saber o que está acontecendo, tendo uma diálogo franco e procurar junto solucionar o problema sempre apoiando a pessoa. Caso ocorra na escola, procure conversar com os professores e o corpo pedagógico (direção, coordenação, orientação educacional) sobre o ocorrido, o que eles sabem sobre a atitude e juntos poderem fazer algo para combater.
O papel do educador diante dessa situação sempre é fundamental e muito eficiente. Ele tem o dever de dialogar sobre o bullying com os alunos, explicando do que se trata e como acontece e procurar conversar de maneira dinâmica e informativa que devemos respeitar todos por igual, apesar de sermos diferentes. Sempre devemos incentivar o trabalho em grupo com a colaboração simultânea de todos os participantes e se possível procurar separar os grupos aleatoriamente, impedindo de criar as "panelinhas".

Caso você queira trabalhar um material que fale sobre o bullying na escola, o site do canal CARTOON NETWORK disponibiliza apostilas didáticas sobre o assunto com atividades dinâmicas.
Cartoon Network - Chega de bullying!

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Papo sério: Homossexualidade e orientação sexual

Queridos leitores,

Após 4 meses ausentes do blog, volto a postar. Uma das últimas postagens foi com a série "Saúde do professor", onde tratamos de assuntos relacionados aos profissionais da área educacional como a síndrome de Burnout e os cuidados com a voz. Agora volto com a série "Papo Sério", onde iremos discutir alguns assuntos que devem ou deveriam ser trabalhados em sala de aula.

Hoje abrimos o assunto como a homoafetividade ou homossexualidade e orientação sexual.
Todos nós sabemos que é um assunto que gera inacabáveis polêmicas e discussões, mas que ainda não sabemos como lidar com esse assunto até mesmo em sala de aula. Será que talvez podemos considerar o assunto da homossexualidade como perguntas "saias justas" que são feitas por crianças?
Quando elas nos perguntam como elas nasceram, muitas vezes nos enrolamos e chegamos até tropeçar nas palavras. O assunto da reprodução humana, algo muito natural a ser discutido em sala de aula é considerado um assunto normal para ser falado, mas mesmo assim torna-se difícil de transmitir a informação quando trata-se de criança. Primeiramente lembro a vocês que a criança é um ser humano em fase de desenvolvimento e com isso faz com que a curiosidade seja sua formação e relação com o mundo que está passando a conhecer melhor. Entretanto, o mundo que ela está conhecendo está passando por diversas mudanças e nada pode fazer com que impeçamos a ela de conviver com essas mudanças. Uma dessas mudanças podemos dizer que é a homossexualidade.
O amor ou a relação entre o mesmo sexo não é algo novo ou que surgiu nesse instante; somente ganhou forças recentemente, levando a sociedade a uma nova visão e reflexão. Quando conversamos o assunto com amigos, pessoas diversas o assunto é tranquilo de ser levado e as opiniões ouvidas. Mas quando vamos tratar disso com filhos e alunos, como devemos conduzir? Qual a melhor maneira de informa-los? Também pode ser um pouco complicado da mesma forma que é falar sobre como eles nasceram.
Anteriormente, falei que que a criança é um ser em desenvolvimento. E quando falo em desenvolvimento, podemos considerar também sua orientação sexual está em desenvolvimento. Há um assunto estudado na Sociologia da Educação que é "a construção do gênero na sociedade", que é quando a criança passa construir uma afeição, uma interação com aquilo que mais agrada. Um simples exemplo é quando a sociedade determina que futebol é para meninas e amarelinha para meninas. Mas se ocorrer o oposto, tenho que repreender, dizer que é errado? A construção do gênero é algo que pode interferir ou não na orientação sexual. Essa questão é relativa. Não podemos desde a infância definir a orientação da criança.
E como a escola deve conduzir a questão da homossexualidade e da orientação sexual? Isso é assunto de intermináveis debates. Há algum tempo atrás, o governo de São Paulo estava produzindo materiais que eram denominados de "kit gay", onde havia cartilhas educadoras explicando sobre a relação homossexual, entre outros assuntos relacionados à sexualidade, porém foi vetado por políticos seguidos de críticas e também algumas discriminações. Em paralelo ao veto que ocorreu no Brasil, vemos uma outra realidade na Alemanha. Existe um livro ilustrado em que conta a história de um menino de pais separados em que o pai tem um parceiro e essa criança convive com eles. De uma maneira sútil, a mãe explica que "a homossexualidade é apenas um outro tipo de amor". Vemos que em nenhum momento a mãe sente-se frustrada por ser "trocada" por outro homem e nem pelo filho conviver com o casal, mas demonstra uma outra maneira de amor.
Podemos perceber que devemos sempre procurar maneiras de falar sobre o assunto, nunca repreendendo atos ou práticas que, inicialmente, julgamos errados a uma criança. Há muitas maneiras de definir a homossexualidade, uma delas poder ser um amor diferente.

Para ver o livro infantil alemão, clique aqui.

quarta-feira, 20 de março de 2013

EDUCOMUNICAÇÃO: Tecnologia e aprendizagem de mãos dadas







O século XXI é marcado por fenômenos do avanço tecnológico que vieram trazer benefícios ao ser humano com a facilidade de executar tarefas e de contato com a sociedade. Além disso, a tecnologia procura criar meios de interação e linguagens variadas para atender o objetivo da informação, tornando-a um conhecimento para a sociedade.
O exemplo atual sobre a presença da tecnologia moderna presente na educação é a EDUCOMUNICAÇÃO, que é a relação entre a educação e a comunicação como maneira de conhecer e compartilhar o conhecimento.
 
O trabalho da educomunicação acontece quando usamos recursos tecnológicos modernos e técnicas da comunicação na aprendizagem através dos meios da mídia. Sua aplicação no aprendizado requer pesquisa de informações, troca de opiniões e ideias entre os alunos e a mediação do professor na produção das informações de acordo com o meio de comunicação (rádio, blog, revista, jornal, etc.). O objetivo é que o compartilhamento das informações sejam livres, sem restrição alguma em relações à temas e disciplinas. Ou seja, a educomunicação em seu desenvolvimento pedagógico é espontânea, versátil e interdisciplinar porque o conhecimento tem que ser de e para todos, não importando distinções.
 
A NCE-USP (Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo), em pesquisa, distinguiu alguns pilares da EDUCOMUNICAÇÃO como:
 
- Educação para recepção crítica;
- Expressão comunicativa através da arte;
- Mediações tecnológicas no espaço educativo;
- Gestão dos processos comunicativos; e
- Reflexão epistemológica sobre a inter-relação Comunicação / Educação.
 
Com a educomunicação, a facilidade de interação, relação interpessoal e aprendizagem ganha uma qualificação melhor no ambiente educacional e com isso pode melhorar aspectos sociais como a ampliação de diálogos em grupos, facilidade de expressão e aprimoramento na criatividade e desenvolvimento das expressões artísticas. Por tão facilitador e útil se tornaram os meios de comunicação em nosso cotidiano, que tornou-se obrigatório o uso deles como forma de aprender e conhecer.